sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Como foi: Cedo e Sentado Fora do Eixo


Uma Noite Multicultural

A Noite Fora do Eixo no Studio SP primou pela excelência do encontro dos diversos fazeres culturais, característica essencial do Circuito Fora do Eixo. O lançamento digital do terceiro número da revista Overmundo, alimentou ainda mais a já robusta proposta de discussão e ampliação dos temas e gêneros culturais do Fora do Eixo, através dos coletivos colaborativos. Disponível para leitura em IPad e também em formato PDF para leitura em micros comuns, a revista é mergulho no Brasil (ainda) desconhecido, impregnado de belezas, riquezas e sutilezas. Para complementar a diversidade, a Banquinha Fora do Eixo também estava lá, com seu rico sortimento de cd, dvd, camisetas, botons, flyers e livros.


Os convidados musicais da noite eram o dj Opreto (Coletivo Nózmozkada, BA), o conjunto Talma e Gadelha (RN), Érika Machado (MG) e a dupla Julia Says (PE).

O quinteto potiguar Talma e Gadelha (Simona Talma, voz; Luiz Gadelha (baixo e voz); Cris Butarelli (guitarra e voz); Henrique Rocha (guitarra e voz) e Emmily Barreto (bateria e voz), apresentaram suas principais músicas, pop-rock pós-adolescente, de ricas descobertas sensório-existenciais da idade, carregadas de cores introspectivas. Música assobiável, candidata certeira ao dial das rádios.


Logo após, Érika Machado subiu ao palco com seu grupo. Érika é também introspectiva, mas de outros silêncios. Outonal, de manhã ensolarada com vento frio, sua voz é doce deleite (aproveitando aqui para um trocadilho “mineiro”). A banda que a acompanha (Jennifer Souza no violão, Thiago Correa no baixo, Pedro Hamdan na bateria e Daniel Saavedra na guitarra) é harmônica e equilibrada, e sua música às vezes respira um lance entre o folk e o jazz. Em sua participação no palco do Studio SP, convidou a cantora Roberta Campos para participar de dois números, hiperbolizando ainda mais a sensação de frescor que emana de seu repertório.


Os performáticos pernambucanos Julia Says (Pauliño Nunes – guitarra, voz e programação – e Anthony Diego – percussão, programação e bateria), fecharam a Noite FdE em grande estilo. Nome pra lá de incógnito para uma música igualmente incógnita. Difícil classificar os caras. Eles fazem o quê, experimental rock? Mais… muito mais. Eletronic music então? Muito… muito mais! World Music? Nãããooo!

Verdade seja dita, eles fazem todas as músicas do mundo, sim, mas seu som parece sempre insurgente e animal. Fruto de diálogos entre a cena eletrônica e o rock, o JS lançava ontem seu terceiro disco, que trazem seus elementos primordiais: atitude rap, punk, libertária.


No momento em que a música que ouvimos reclama personalidade e posicionamento, é muito saudável ver que Talma e Gadelha, Érika Machado, Julia Says e Opreto têm muito a dizer e apresentar, basta que se abram espaços para eles, como o de ontem, pelo Circuito Fora do Eixo e o Studio SP.

Escobar Franelas/Coletivo Ounão




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