duas sessões na Aliança Francesa de Natal
Por Sergio Vilar para Portal no Ar
Quinteto lança disco em Natal antes de excursionar Brasil afora (Foto: Gustavo Rocha) |
Para explicar a primeira frase do parágrafo acima, a banda não é cética ou amargurada, é que o primeiro CD do Talma&Gadelha se chama Matando o Amor. E, bem da verdade, eles nem queimaram a última ponta do álbum. Nos shows, além das dez novas faixas do Maiô, também vai ter uma piuba do disco de estreia, com algumas canções já bem conhecidas do público, a exemplo da faixa-título, d’O Roqueiro e a Hippie, entre outras.
“Maiô está presente em uma das canções do disco. A música fala da vida corrida de São Paulo, da correria do metrô, da falta de afeto e da falta que o mar faz. Então, Maiô remete à saudade de casa, mas também à liberdade; uma liberdade sonora; uma liberdade do amor, de amar abertamente. Não é tanto o amor romântico. É o amor às pessoas, à natureza”, conta o compositor e vocalista Luiz Gadelha. E a parceira nas composições e também vocalista Simona Talma, brinca: “Como você vê, o Maiô é muita coisa”.
E não poderia ser diferente. O Talma&Gadelha arrebanhou uma legião de fãs em Natal –novidade ao cenário musical da cidade afeito ao “de fora”. Público fiel e com letras do primeiro álbum na ponta da língua. O trabalho também ganhou repercussão fora. A banda excursionou pelo Nordeste, Norte e Sudeste, tocou em festivais de música, concedeu entrevistas e, o melhor, presenciou fãs em Estados onde sequer pensava que sua música fosse minimamente conhecida – uma viagem sonora por bytes e
downloads
sem fronteiras.“Anderson Foca disse pra gente que se tocássemos na Rússia pelo menos cinco pessoas já teriam ouvido nossa música. É a força da internet”, se orgulha Simona. “Nos surpreendemos com a quantidade de gente cantando nossa música em Maceió; em Feira de Santana, no meio da Bahia, gente chorando e nos deixando desconsertados. Eram pessoas já íntimas do nosso trabalho. Até os jornalistas quando nos entrevistavam conheciam bem nossa trajetória. Talvez isso aconteça porque tudo que fazemos é muito aberto, participativo”, disse Talma.
Além de retrô e de libertário, o novo álbum do Talma&Gadelha é também um recorte real e mais atual do quinteto; quase um disco de estreia. “A banda surgiu pelo projeto Incubadora (promovido pelo Combo Dosol) em 2011. Eu e Simona jogamos ali o que tínhamos pronto, chamamos os outros e concluímos o Matando o Amor. Depois vieram as vivências enquanto banda, as viagens, a troca de experiências com outras bandas, nosso próprio relacionamento. Então, o Maiô é resultado dessa identidade enquanto banda; não fomos Talma&Gadelha no nosso primeiro álbum”, pontifica Luiz Gadelha. E brinca: “Não significa que amadurecemos, mas agora temos mais certeza do que somos e do que queremos”.