segunda-feira, 28 de março de 2011

TALMA&GADELHA – MATANDO O AMOR (ANÁLISE DO TRABALHO)

Por Anderson Foca


Foto: Projeto Incubadora (por Ana Morena)

Por Foca

Eu sempre quis gravar um disco de rock. Foi com essas palavras que Simona Talma abriu sua participação em um dos vídeos oficiais da gravação de “Matando o Amor”, disco conjunto da cantora com Luiz Gadelha. Talma&Gadelha nasceu com um sentimento de desapego e liberdade que fica impossível não se emocionar ou passar em branco pelo trabalho.

Antes de falar das músicas em si é importante analisar a conjuntura em que a banda e o disco foram incubados. Simona e Luiz já são compositores consagrados na cidade, suas carreiras estão em andamento há “bons” quinze anos entre projetos autorais, composição de trilhas, shows em casas noturnas e daí por diante. Fazer um disco fora das armadilhas desse mercado “formado” foi o primeiro desafio. Nada de músicos contratados, nada de músicos de “excelência”. A aposta foi no sentimento e no ruído do rock com arranjos entregues para Henrique Geladeira e Cris Botarelli, ambos atuantes no rock potiguar com bandas como Calistoga e Planant.

Direção do projeto? Que direção? Pra que direção? O papel do Dosol no jogo foi o de potencializar o que já era claramente inovador. Uma reunião, prazos, acompanhamento de longe na criação e duas semanas de trabalho na estrutura do combo de cultura foram o suficiente para as coisas acontecerem. Um trabalho agregado e coletivo que gerou um material ímpar.

Falar de “Matando o Amor” de dentro do processo não é fácil, ao mesmo tempo instiga a reflexão. Enxergo o trabalho como um grito de liberdade tão grande que matar o amor parece a coisa certa a ser feita para que ele realmente aconteça. É como quebrar as correntes que aprisionam os emepebistas na MPB e os roqueiros no rock. É quebrar as barreiras do “amor correto” e afirmar que ele é para todos, entre todos e que isso nunca será e nem nunca foi um problema. É resgatar o sentido de música pela música, confessar defeitos, reconhecê-los e usá-los a favor da vida (e do trabalho).

Não tenho idéia de onde o disco de Talma&Gadelha vai chegar, mas dentro do Dosol ele já “chegou” e veio numa hora boa. Fazer dez anos de atividade com música e ajudar a conceber um disco como esse parece uma dádiva, um presente divino. A sensação de liberdade continua com o disco sendo distribuído integralmente via web para quem quiser degustá-lo. Liberte-se das amarras você também. Aproveite a onda vindo!

Serviço: Lançamento de Talma&Gadelha, “Matando o Amor”. Sábado, 26 de março, 23h no Centro Cultural Dosol.

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